Ana Joaquina Jansen Pereira, apelidada de Donana (São luis do Maranhão , 1793 – 11 de Abril de 1869) nomiada "Rainha do Maranhão", filha de Vicente Gomes de Lemos Albuquerque e Rosa Maria Jansen Müller, foi uma rica proprietária de terras e imovéis, além de portadora de Titulos De Nobreza e Ativista Política e dos Movimentos Sociais. Descendente da nobreza européia, sua família se instalou no Brasil, na Porvincia de São luis do Maranhão.
Ainda adolescente teve um filho de pai desconhecido no registro, tornando-se duplamente desonrada, por não ser mais virgem e mãe solteira. Supõe-se que um namorado a abandonou grávida, ou que o pai do bebê era casado, mas ela nunca revelou quem era realmente o pai de seu filho, ou talvez por ela mesma não saber quem fosse. Mesmo criada com muito rigor, era namoradeira, sumia de casa e passava horas fora e ninguém sabia com quem ela estava.
Expulsa de casa pelo pai com o filho recém-nascido, pobre e marginalizada, sofreu muito sozinha no mundo. Após um tempo de grandes dificuldades, até se prostituindo para sobreviver, conhece e torna-se amante por muitos anos do rico coronel Isidoro Rodrigues Pereira.
Embora descendente da nobreza européia, Ana Jansen teve uma juventude sofrida. Antes de conhecer o coronel, vivia na miséria, era mãe solteira e lutou muito para manter a mãe e o filho pequeno, já que a mãe não queria que ela saísse de casa, mas quem mandava em tudo era o pai dela, que nem queria mais saber da filha. Ana não queria ver a mãe passando necessidade e escondida do pai a ajudava, mas seu pai não queria nada que viesse dela, era muito orgulhoso.
Sua situação melhora aos poucos, depois que se tornou amante do coronel, o homem mais rico da província. Esse relacionamento mal-visto transforma Ana Jansen num alvo fácil para a sociedade moralista da época, personificada acima de tudo por sua maior inimiga: Dona Rosalina Ribeiro, que conservava a moral e os bons costumes com muito rigor, não admitia uma mulher não ser casada, ter filho de um homem que ninguém sabe quem é e ainda por cima ser amante de outro, ainda casado. O comportamento liberal e avançado de Ana era chocante para as mulheres da época, que se casavam cedo e viviam uma vida de submissão ao marido.
Voltou a ser aceita pela sociedade maranhense aos poucos, após seu casamento milionário, passou a ser mais respeitada. Os anos passaram e com a morte de seu marido, transformou-se na viúva mais rica e em uma poderosa senhora de terras, de escravos e líder política, sendo chamada de Rainha do Maranhão.
O principal motor psicológico da personagem Ana Jansen é o desejo de resgatar o nome e o prestígio de sua família, arruinado depois da falência de seu avô, Cornélio Jansen Müller. Sua famílai num passado distante teve muita fortuna, mas seu avô perdeu tudo por golpes de terceiros e ela sempre quis tirar o nome da família da lama, por mais que o pai não merecesse, pois ele sempre foi cruel com Ana.
Após a morte de Isidoro, Ana dá um largo passo em direção a este sonho, tornando-se rica, independente e poderosa, podendo ajudar a resgatar tudo que sua família teve um dia. Ela assume a fazenda Santo Antônio, propriedade do falecido coronel e, logo em seguida, consegue triplicar a fortuna herdada.
Perseverante e ambiciosa, Ana transforma o dinheiro em poder, assumindo a liderança política da cidade e reativando o esfacelado partido liberal Bem-te-Vi. Ela passa a comandar o partido e a cidade. Era um escândalo uma mulher envolvida com a política, mas ela queria ter posse dos poderes públicos e lutar por seus direitos de exercer a cidadania.
Ana, a poderosa do Maranhão, morre devido a idade, aos 76 anos, e após esse fato, tem sua memória maculada pelos inimigos que a transformam em uma alma penada, em uma bruxa maldita que percorre as ruas de São Luís em uma carruagem puxada por cavalos e escravos mutilados, gritando de dor e desespero por se arrepender dos pecados que cometera. Até hoje em São Luís todos temem seu espírito e até parentes de Ana, como bisnetos e tataranetos, as pessoas evitam se aproximar por medo de uma "maldição familiar". Existem ruas com o nome dela e até uma lagoa em sua homenagem, por parte da prefeitura, pois a população não gosta dela por ela ter sido muito cruel e assassinado crianças e escravos.
A Carruagem de Ana Jansen
Senhora de grande fortuna pessoal, dizem que mal tratava até à desumanidade seus numerosos escravos. A lenda do pervagar penado de Dona jansen anda pelas ruas da Cidade, às noites de sexta-feira (há uma variante que dá essa sinistra
aparição como ocorrendo às quintas feiras), teve larga difusão na primeirametade deste século, quando eram comuns as ruas mal iluminadas ou completamente às escuras, pelos constantes cortes de energia elétrica, e também por causa dos desiúandos policialescos da ditadura estadonovista, que traziam medo e maus presságios às noites de São Luís.
Reza a tradição que os notívagos da Cidade, ao pressentirem a aproximação do horrendo coche, fugiam aterrorizados, à procura de um lugar em que pudessem abrigar-se com segurança. Se assim não fizessem, estariam sujeitos a receber da alma penada de Dona Ana Jansen ou Dona ana, como popularmente chamada, uma vela acesa que amanheceria transformada em osso de defunto.
A carruagem, puxada por cavalos decapitados e tendo na função de cocheiro um escravo igualmente decapitado e com o corpo sangrando de monstruosas sevícias, produz, por onde passa, horripilantes sons, combinação do atrito de velhas e gastas ferragens com o coro de lamentações de escravos em estertor.
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