sexta-feira, 21 de março de 2014

DIA INTERNACIONAL DA SINDROME DE DOWN "#CapoeiraRaízes"



Decretado em 2006 pela Down Syndrome Internacional (DSI), ONG que reúne entidades ligadas à Síndrome de Down em todo o mundo, o Dia Internacional da Síndrome de Down tem como principal objetivo conscientizar a população sobre a questão da inclusão, propondo uma sociedade melhor. A data (21/3), ou 3/21 na grafia americana, faz referência aos 3 cromossomos número 21 que caracterizam a Síndrome de Down e foi ideia do geneticista Stylianos E. Antonarakis, da Universidade de Genebra.





Por ser um dos países mais empenhados para promover a data, em 2010 a Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down (FBASD) solicitou o apoio do Governo brasileiro para que 21 de março entrasse no calendário oficial da ONU, o que aconteceu no ano seguinte. Uma das responsáveis para que isso acontecesse foi a jornalista Patrícia Almeida, única latino-americana membro da DSI: “Cada país tem suas características na hora de promover a data. A Rússia, por exemplo, é famosa por realizar diversos eventos com médicos. Já no Brasil o foco é a pessoa com Síndrome de Down. A data é importante para reforçar que eles são cidadãos como quaisquer outros e merecem condições adequadas de vida”, explica.


Patrícia com a filha Amanda, que estuda em uma escola regular (Foto: Acervo pessoal)



Além de exercer as funções de jornalista e de ativista, Patrícia realiza uma ainda mais sublime: é mãe e tem uma filha com Síndrome de Down: “Quando Amanda nasceu, tomei um susto. Você é pego de surpresa, é inegável e pensei ‘por que eu?’. Mas logo passou e fiz outro questionamento: ‘por que não eu?’. Ela é uma dádiva, mudou minha vida e o jeito de olhar para ela”.



Hoje, com oito anos, Amanda está terminando a alfabetização em uma escola regular e fala algumas palavras em inglês e espanhol por já ter vivido com a família nos Estados Unidos e na Venezula.



Quem tem a mesma opinião da jornalista é a dona de casa Maria do Carmo, que tem uma filha com trissomia 21: “O dia 21 de março é muito importante porque dá mais visibilidade já que, na maioria das vezes, as deficiências intelectuais são esquecidas. É o momento de propor a autonomia no campo do trabalho, da educação inclusiva. O país precisa se mobilizar e voltar seus olhos com mais carinho para pessoas como a minha filha. Ainda temos que melhorar muito em diversos aspectos”, alerta.

Mesmo com casos de preconceito e exclusão, para Patrícia o saldo é bastante positivo e há muitos motivos para comemorar na próxima quinta-feira: “Nesses últimos dez anos, a mídia ajudou a massificar a informação e o assunto começou a fazer parte do cotidiano de muita gente. A novela Páginas da Vida (a trama principal incluía uma criança com Síndrome de Down renegada pela avó) foi um verdadeiro divisor de águas, por exemplo. Se olharmos para trás, não tínhamos tantas crianças com síndrome matriculadas em escolas regulares. É uma conquista”, destaca.



O Dia Internacional da Síndrome de Down tem como principal objetivo conscientizar a população para propor uma sociedade mais inclusiva (Foto: Ana Paula Abreu / Movimento Down)

Março consciente em todo o Brasil
Ainda tímido em algumas partes do país, o mês de março vem se tornando a época para refletir e lutar por um mundo mais inclusivo. Confira os eventos programados para celebrar o Dia Internacional da Síndrome de Down:

Manaus (AM)
22/3
Audiência Pública realizada pela Associação de Pais e Amigos do Down no Amazonas (APADAM)
Local: Assembléia Legislativa do Estado do Amazonas

Itabuna (BA)
21/3
Mostra do trabalho da ONG Aprendendo Down
Local: Praça Olinto Leone
22/3
Seminário “Psicomotricidade: Conhecendo e Vivenciando”
Local: Auditório da Santa Casa da Misericórdia

Brasilia (DF)
16/3
Espetáculo de dança
Local: Teatro Nacional
Informações: DF Down
19/3
Blitz Down
Local: BR-040
Informações: DF Down
24/3
Caminhada com o Grupo Batalá
Local: Parque da Cidade
Informações: DF Down

Rio de Janeiro (RJ)
17/3
Espetáculo Don’t Let me Down
Local: SESC Tijuca
Informações: Sesc Rio
24/3
CaminhaDown
Local: Praia de Ipanema (concentração a partir das 9h no Arpoador)
Informações: Portal Inclusive

São Paulo (SP)
21 a 23/3
3º Simpósio Internacional da Síndrome de Down
Informações: Meeting Eventos

Curitiba (PR)
21/3
Jogo do Atlético Paranaense – Faixa do “Dia Internacional da Síndrome de Down”
Local: Eco Estádio – BR376 (Rodovia do Café)
23/3
Apresentação de dança de jovens com Síndrome de Down
Local: Parque do Bacacheri


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EXEMPLO A SER SEGUIDO

Profª Rosangela Ruffato
Rosangela Ruffato Pereira é formada em Educação Física e mestre em Ciências da Motricidade Humana. Professora de capoeira há mais de 35 anos, trabalha com crianças, jovens e adultos portadores de necessidades especiais há mais de 20. Procurou adaptar os movimentos da capoeira convencional, dentro de cada necessidade ou limitação.
O trabalho

Os alunos da professora Ruffato são portadores de deficiências das mais variadas como, deficiência intelectual, síndromes (principalmente a síndrome de down), deficiêntes físicos, autistas e portadores de paralisia cerebral.

São inúmeros os benefícios conseguidos através da capoeira adaptada, inclusive os de fundo intelectual, dentre eles a evolução nos estudos, por aumentar a capacidade e velocidade de aprendizado. Além disso, a capoeira desenvolve a coordenação motora, a capacidade de raciocínio, desenvolve o tônus muscular e quantidade de movimentos, aumenta a flexibilidade e a capacidade cardio-vascular.



Acompanhamento

Reuniões com os pais dos alunos são feitas periódicamente, onde se percebe grande evolução em todos os sentidos da vida, principalmente no que diz respeito à vida social, por aumentar a auto-estima e fazer com que se sintam realmente incluídos na sociedade.


"Não coloquem seus filhos no armário"

Um alerta que a professora Ruffato faz é para que os pais não tenham vergonha dos seus filhos, que “não coloquem eles no armário”, por serem deficientes, mas incentivem os filhos a acreditar que são capazes de superar os seus próprios limites

Aulas e cursos

As aulas da Professora Ruffato são divididas em duas turmas: infantil e adulto. Também são ministrados cursos para professores que se interessem em aprender a capoeira adaptada e trabalhar com pessoas portadoras de necessidades especiais. Os cursos e as aulas são gratuitos.

E-mail para contato: ruffatocapoeira@terra.com.br


Resumindo

A capoeira em si que já é sinônimo de vitória. Venceu os grilhões das senzalas, o preconceito, a marginalidade e a perseguição. E agora está ajudando jovens e adultos a vencerem seus obstáculos, a se sentirem incluídos na sociedade e a serem vencedores. Pratique capoeira, supere seus limites e viva melhor.

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