segunda-feira, 31 de março de 2014

Novas Hipóteses Sobre a Origem da Capoeira (Por: Mestre Marco Aurélio) "#CapoeiraRaízes"

"O texto à seguir foi disponibilizado pelo Mestre Marco Aurélio e poderá ser livremente distribuído para fins não comerciais"





Olá, a todos os Capoeiras, estudiosos e simpatizantes da arte.



Trago à baila algumas considerações que tenho acerca da origem da Capoeira, as quais compartilhei com um grupo na net, e, portanto, resolvi estendê-las com algumas pessoas e amiga/os. Tenho certeza da polêmica, na qual estou me inserindo, mas acho que já era hora de expor essas ideias, as quais espero contribuir com essa nossa luta-jogo-arte.


Abraços a toda/os!



Antes de tudo, meu nome é Marco Aurélio, sou de São Luís/MA, aluno do Mestre Patinho, formado mestre, pelo mesmo, e estou à frente do Centro Matroá.


Inicio chamando a atenção para o fato de que muitos conhecimentos adquiridos pela humanidade, infelizmente, se deram durante períodos de guerra. E nesse sentido temos que o surgimento da Capoeira ocorreu em situação similar, cujo teatro de operações foi o Quilombo dos Palmares.

Em constante estado de guerra, vez que desde o seu surgimento, em 1603, até sua destruição, em 1695, ou seja, oficialmente, cerca de quase um século, Palmares enfrentou aproximadamente trinta e três expedições militares. É de se imaginar o esforço sobrecomum da população palmarina em resistir a tantas investidas, no qual percebemos entre vários motivos, a existência de uma forte liderança, a princípio com Ganga Zumba e sua mãe, e depois, por aquele que se encontra no panteão dos heróis brasileiros, Zumbi, e outro fator determinante, o fato de ter havido um ambiente interno em que prevalecia uma convergência de interesses tangida pela ânsia de viver-se em liberdade.

Mas, como era Palmares e como se constituía sua população? O Quilombo era formado por onze mocambos/povoações, sendo seis com nomes africanos, três de nomes indígenas e dois levavam nomes portugueses. A sua população era constituída, em sua grande maioria de africanos ou descendentes, seguidos de ameríndios, europeus e até judeus e muçulmanos.

A fama de Palmares ter sido uma República não é à toa, pois além de reunir várias cidades-estados, possuía uma diversidade de povos de uma mesma etnia ou etnias diferentes, entre os quais prevalecia o respeito, a solidariedade e o bem comum. Vale ressaltar que havia ódio e inimizades ancestrais entre os diversos troncos e nações africanas (bantus, cabindas, bossais, etc.), indígenas (tupis, Jês, Guaranis…), bem como entre judeus e árabes, muito antes do surgimento do Quilombo, fato este, por mais significativo que fosse jamais abalou sua organização interna.

Uma vez em Palmares é certo que todos esses povos se impuseram um convívio pacífico, no que superaram preconceitos os mais variados possíveis, fossem de ordem moral, social, cultural, política, entre outros. Tanto assim que sobreviveu por quase um século ou mais, partindo do pressuposto que o Quilombo durou 92 anos, pois como já dito acima, a ânsia de viver em liberdade misturada aos interesses e objetivos de cada etnia ou povo fez com que Palmares se tornasse um dos baluartes civilizacionais do continente americano. Os ameríndios queriam tão-somente suas terras de volta, os africanos, o desejo e a esperança de voltarem à África e judeus, muçulmanos e europeus poderem professar sua fé ou viverem, livremente. 

Mas aonde se dá o surgimento da Capoeira nesse contexto? De que forma ocorre esse fenômeno cultural e como sobrevive aos dias de hoje? Vejamos! Muito embora a convivência pacífica interna, externamente, Palmares vivia sob pressão e em constante estado de guerra, e sob essas circunstâncias, pelo menos duas gerações nasceram e se criaram no Quilombo, partindo do pressuposto que a expectativa de vida naquela época era de trinta anos, tendo em vista as doenças tropicais, as feras selvagens e demais adversidades daquele ambiente. Assim, como tratamos acima, a situação impôs um comportamento sui generis à população palmarina, a qual para sobreviver tiveram que trocar saberes, conhecimentos, e entre os mesmos, conhecimentos e saberes guerreiros, necessários para a sobrevivência do enclave.

É nessa condição, da necessidade de troca de conhecimentos, que a nosso ver pode ter surgido a Capoeira, como uma convergência de saberes e conhecimentos guerreiros de inúmeros povos, sob hegemonia étnica, africana.

Como forma de ilustração, citamos dois exemplos, o primeiro a síntese de conhecimentos e saberes ancestrais dos povos do Alto Xingu, cujas tribos que hoje compõem a área do Parque Nacional, ainda no século XIX eram inimigas históricas, conforme os relatos expedicionários dos naturalistas e exploradores alemães Johann Von Spix e Carl Von Marthius, que em suas andanças pelo país descreveram a realidade desses povos naquele período, no entanto, por uma questão de sobrevivência criaram laços fraternais e culturais, dos quais resultaram em uma das belas artes em cerâmica contemporânea, bem como o Quarup, e junto com este, o Uka-uka, um ritual onde os guerreiros de várias tribos desenvolvem e demonstram suas habilidades guerreiras. E aí, a pergunta, será que a Capoeira não foi fruto de uma soma conhecimentos de lutas de vários povos e etnias, tendo como base o saberes africanos, seguidos em menor monta de conhecimentos guerreiros ameríndios, e ainda em menor contribuição, de conhecimentos semitas? O outro exemplo que trazemos à lume é no que tange à cultura popular maranhense, de uma riqueza ímpar, capaz de manter vivos, ainda hoje, saberes ancestrais, traz consigo a força e a potência, nos tambores e na percussão, em geral, das raízes africanas, no movimento miúdo dos pés, em sua maior expressividade e sutileza, a influência ameríndia, e por último o guarda-roupa, onde através do brilho dos canutilhos, miçangas, estamparia e imagens, observa-se a herança europeia, como no caso do bumba-meu-boi, não obstante em cada uma dessas expressões estéticas há maior ou menor contribuição de uma e de outra etnia/povos, outro exemplo é o Congado, originário do Quilombo de Frechal, município de Mirinzal/MA, cujo enredo, eminentemente africano, tem-se a participação de dois personagens indígenas. Por último, o tambor de crioula, em 2007 consagrado à condição de patrimônio cultural brasileiro, um folguedo genuinamente afro-maranhense, no seu bailado é possível notar, seja no ritmo compassado ou frenético dos tambores, o passo miúdo das coreiras, no qual observamos a herança indígena, assim é no reggae dançado por estas bandas e por aí vai.

Diante do exposto é possível que o leitor esteja se perguntando, mas como a Capoeira tendo sofrido outras influências culturais é tida como influência eminentemente africana? Deixamos claro que sendo palmarina como acreditamos que seja a Capoeira, de qualquer forma teve maior contribuição na sua formação, da influência africana.

Outra pergunta é que se de fato a Capoeira é palmarina, porque não há vestígios a respeito? Para essa questão, a resposta que formulamos é que tendo Domingos Jorge Velho recebido grande soma em dinheiro, armamentos, logística, poder de negociar com os senhores de escravos aprisionados, carta branca para combater Palmares, ao Bandeirante só interessava vivo, o negro, pois que era o único que nessa condição valia mais riqueza, do que morto. Quanto ao índio, este, como à época, não era permitido tornar-lhe cativo, representava tão-somente um estorvo em caso de deixá-lo vivo, uma vez que só daria mais trabalho, quando de novas incursões dos bandeirantes continente adentro aqueles certamente os combateriam, por último os portugueses, judeus e muçulmanos, não significavam nada para a Coroa Portuguesa, e muito menos aos bandeirantes, vez que os primeiros eram criminosos ou marginais para a Coroa, e os dois últimos, não passavam de hereges ou infiéis, perante a Igreja Católica, religião oficial, bem como dos expedicionários. De tal sorte, que quem levaria consigo todo o conhecimento e cultura elaborados e realizados em Palmares foi, na verdade, os negros sobreviventes, os quais uma vez nas senzalas disseminaram tais saberes, ficando como se africano fossem.

Há que se enfatizar, para que não haja interpretação equivocada, que não olvidamos os conhecimentos africanos oriundos de África, os quais perpassados em quilombos e senzalas, hoje, são frutos únicos, da ancestralidade dos povos de África. A questão que levantamos é tão-somente em relação à Capoeira, como sendo uma possibilidade de um dos muitos conhecimentos que podem ter vindo com os negros sobreviventes de Palmares, e uma vez disseminado através das senzalas, ficou como se africano ou descendente fosse.

É com o intuito de homenagear e reconhecer o índio como partícipe na origem da Capoeira, que demos ao nosso Centro de Capoeira o nome Matroá, um dos líderes de uma das maiores insurreições populares ocorridas no Brasil, a Balaiada, com maior força no Maranhão, mas estendendo-se pelo Piauí, e com repercussão até no Ceará. Liderança indígena, Matroá esteve à frente de inúmeros outros índios, assim como Negro Cosme comandou mais de três mil quilombolas insurretos, os quais, juntamente com outras lideranças, caboclas e brancas, que sem um comando centralizado chegaram às portas de São Luís. As causas da insurreição apontavam para diversos desmandos por parte dos governantes da época contra o povo maranhense, desmandos esses, que até hoje se perpetuam cruelmente, desta feita, personificados pela oligarquia Sarney, que há mais de quarenta anos age como sanguessuga do povo maranhense.

Temos que os povos ameríndios contribuíram de maneira relevante, tanto sob o ponto de vista histórico, como social e cultural na formação do povo brasileiro, muito embora tais saberes tenham sido disseminados de forma sutil na sociedade brasileira, e esta, em sua grande maioria não se dá conta, diferentemente dos costumes e saberes de predominância africana ou europeia, os quais mais facilmente identificados.

Um grande Axé, a toda/os.

Mestre Marco Aurélio.



Nos Bastidores da Capoeira "#CapoeiraRaízes"


Fatos históricos que não são contados em livros, origem dos nomes usados dentro da capoeira, mais sobre Mestre Bimba, etc...

Decretado por Marechal Deodoro da Fonseca o Decreto Lei 487 dizia que: A partir de 11 de Outubro de 1890, todo capoeira pego em flagrante seria desterrado para a Ilha de Fernando de Noronha por um período de 02 á 06 meses de prisão.

Parágrafo único: É considerada circunstância agravante pertencer o capoeira, a alguma banda ou malta, aos chefes impor-se-á a pena em dobro.

A origem do nome Capoeira vem do Tupi Guarani: "CAA" = Mato "PUERA" = Que já foi
Dizia-se que quando o escravo fugia, ele ia pra Capoeira, ou seja, pro mato e fugia.

Mestre Bimba só aceitava na sua academia alunos que tivessem a carteira de trabalho assinada, fossem estudantes ou tivessem alguma ocupação reconhecida.

Antigamente havia um "Berimbau de Boca" ou "trompa de Paris" no qual a caixa de ressonância, em vez da cabaça era a boca.

"Esquenta Banho" era a senha que Mestre Bimba dava a seus alunos para um jogo rápido, apressado. A expressão nasceu após as aulas, quando Bimba obrigava os alunos a tomar banho frio eligeiro, porque a caixa de água era pequena.

Os capoeiristas costumavam usar calças boca de sino e no período em que a capoeira ficou proibida por lei (1890-1937) a polícia, para detectar os capoeiristas, colocava um limão dentro das calças do indivíduo. Se o limão saísse pela boca das calças, a pessoa era considerada capoeiristas.

Mestre Bimba entregava aos seus discípulos um lenço azul após a conclusão do curso, um lenço vermelho após a primeira especialização e um lenço amarelo após a segunda especialização.

"Vadiar" significa jogar por prazer, por diversão. Na época da escravidão a vadiação era o lazer dos escravos nas horas de descanso.

Os capoeiristas eram contratados pelos políticos para bagunçar no dia das eleições. Enquanto as pessoas desviavam a atenção para a confusão dos capoeiras um indivíduo colocava um maço de chapas na urna ou na linguagem da época "emprenhava a urna". Vencia as eleições o candidato que dispunha de maior n.º de capoeiras.

Canjiquinha foi o criador da festa de Arromba, jogava nas festas do Largo da Bahia. Nessas comemorações vários capoeiristas se reuniam e jogavam em troca de dinheiro e bebida.

"Crocodilagem" é o nome dado a um jogo duro que submete ao capoeira a uma situação de inferioridade ou deslealdade.

Em 1824, os escravos que fossem pegos praticando capoeira recebiam trezentas chibatadas e eram enviados para a Ilha das Cobras para realizar trabalhos forçados durante três meses.

Milhares de capoeiristas foram para a Guerra do Paraguai, pois havia sido prometida a liberdade no final do conflito àqueles que participassem da batalha.

"Caxinguelê" é o nome dado a meninos que praticam capoeira.

Antigamente, era de costume os capoeiristas trajarem terno de linho branco. Era considerado um bom jogador aquele que conseguisse sair da roda com o terno impecavelmente limpo.

A orquestra do samba de roda é composta por pandeiro, violão, chocalho e prato de cozinha arranhado por uma faca.

A luta de Bimba que demorou mais tempo durou um minuto e dois segundos.

sexta-feira, 28 de março de 2014

Você conhece Ag`ya - Ladja ou Danmye ? "#CapoeiraRaízes"

Nunca ouviu falar? Pois bem, se eu te dissesse que existe uma luta meio dança, na Jamaica, que em muito se assemelha com a nossa capoeira, nos primórdios de sua criação? Então eu vou fazer assim, não vou falar, vou mostrar. Cada um que faça seu próprio julgamento.




O vídeo a seguir foi gravado nas Ilhas da Jamaica e Martinica no ano de 1936.








Apenas 4 anos antes dessas imagens serem gravadas Mestre Bimba fundava sua primeira academia na Bahia.
No Rio de Janeiro, a capoeira vivia na figura do malandro seus momentos de glória. Deixava de ser proibida para ser difundida por todo o território nacional.
É claro que o vídeo apresentado causa um certo alvoroço emocional...A capoeira é patrimônio Nacional, como foi parar lá em uma época tão remota e com traços evolutivos diferentes do que se seguiram em nossas terras?
Existem várias teorias, inclusive uma que diz que a capoeira não é brasileira coisa nenhuma, mas é uma teoria que com certeza não vai agradar a nenhum de nós capoeiristas. Teriam os marinheiros praticantes da capoeira, levado nossa arte nos convés dos navios para outras terras já nessa época?
O nome "capoeira" é de origem Tupi, a história da capoeira é aqui. Mas isso nos deixa bastante intrigados quanto aos movimentos que deram origem a nossa capoeira. Pelo menos pra mim ficou claro que a Ag´ya, aladja ou Danmye e a capoeira tem o mesmo ancestral.

RELÍQUIAS DA CAPOEIRA "#CapoeiraRaízes"

O Fio da Navalha - Documentario Completo

  

 

Filme - Cordão de Ouro (1979)

 

 

Mestre Bimba em Goiânia

 


ENTREVISTA DEPOIMENTO MESTRE VALDEMAR DA PERO VAZ - 1984 RJ - CAPOEIRA.mov

 

 

Mestre Pastinha jogando - CECA 1950

PRA MATAR A SAUDADE "#CapoeiraRaízes"

VIDEO-DOCUMENTARIO MESTRE PASTINHA (COMPLETO)

 

A Capoeira Angola segundo Mestre Pastinha "#CapoeiraRaízes"




CAPOEIRA POR AÍ A FORA "#CapoeiraRaízes"

Ô JOGUINHO BELISCADO!



COBRA MANSA E JOGO DE DENTRO


EXERCÍCIOS DE FLEXIBILIDADE PARA CAPOEIRA "#CapoeiraRaízes"


sábado, 22 de março de 2014

22 de Março. DIA MUNDIAL DA ÁGUA "#CapoeiraRaízes"



O Dia Mundial da Água foi criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) no dia 22 de março de 1992. O dia 22 de março, de cada ano, é destinado a discussão sobre os diversos temas relacionadas a este importante bem natural.

Mas porque a ONU se preocupou com a água se sabemos que dois terços do planeta Terra é formado por este precioso líquido? A razão é que pouca quantidade, cerca de 0,008 %, do total da água do nosso planeta é potável (própria para o consumo). E como sabemos, grande parte das fontes desta água (rios, lagos e represas) esta sendo contaminada, poluída e degradada pela ação predatória do homem. Esta situação é preocupante, pois poderá faltar, num futuro próximo, água para o consumo de grande parte da população mundial. Pensando nisso, foi instituído o Dia Mundial da Água, cujo objetivo principal é criar um momento de reflexão, análise, conscientização e elaboração de medidas práticas para resolver tal problema.

No dia 22 de março de 1992, a ONU também divulgou um importante documento: a “Declaração Universal dos Direitos da Água” (leia abaixo). Este texto apresenta uma série de medidas, sugestões e informações que servem para despertar a consciência ecológica da população e dos governantes para a questão da água.

Mas como devemos comemorar esta importante data? Não só neste dia, mas também nos outros 364 dias do ano, precisamos tomar atitudes em nosso dia-a-dia que colaborem para a preservação e economia deste bem natural. Sugestões não faltam: não jogar lixo nos rios e lagos; economizar água nas atividades cotidianas (banho, escovação de dentes, lavagem de louças etc); reutilizar a água em diversas situações; respeitar as regiões de mananciais e divulgar idéias ecológicas para amigos, parentes e outras pessoas.

Declaração Universal dos Direitos da Água

Art. 1º - A água faz parte do patrimônio do planeta.Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos. 

Art. 2º - A água é a seiva do nosso planeta.Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado do Art. 3 º da Declaração dos Direitos do Homem. 

Art. 3º - Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia. 

Art. 4º - O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam. 

Art. 5º - A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras. 

Art. 6º - A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo. 

Art. 7º - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis. 

Art. 8º - A utilização da água implica no respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado. 

Art. 9º - A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social. 

Art. 10º - O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra. 

Frases sobre o Dia Mundial da Água:

- Água é vida. Vamos usar com inteligência para que ela nunca falte.

- O futuro de nosso planeta depende da forma com que usamos a água hoje.

- Todo dia é dia de água, pois ela está presente em tudo e em todos.

- O Dia Mundial da Água não é só para pensar, mas principalmente para agir: vamos usar este recurso natural com sabedoria para que ele nunca acabe.

- Sem a água não haveria vida na Terra! Pense nisso neste Dia Mundial da Água.

Você sabia?

- A Unesco estabeleceu que 2013 é o Ano Internacional de Cooperação pela Água.

sexta-feira, 21 de março de 2014

21 DE MARÇO DIA INTERNACIONAL DE LUTA CONTRA A DISCRIMINAÇÃO RACIAL "#CapoeiraRaízes"




No dia 21 de março de 1960, na cidade de Joanesburgo, capital da África do Sul, 20 mil negros protestavam contra a lei do passe, que os obrigava a portar cartões de identificação, especificando os locais por onde eles podiam circular.

No bairro de Shaperville, os manifestantes se depararam com tropas do exército. Mesmo sendo uma manifestação pacífica, o exército atirou sobre a multidão, matando 69 pessoas e ferindo outras 186. Esta ação ficou conhecida como o Massacre de Shaperville. Em memória à tragédia, a ONU – Organização das Nações Unidas – instituiu 21 de março como o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial. 

O Artigo I da Declaração das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial diz o seguinte:


"Discriminação Racial significa qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada na raça, cor, ascendência, origem étnica ou nacional com a finalidade ou o efeito de impedir ou dificultar o reconhecimento e exercício, em bases de igualdade, aos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou qualquer outra área da vida pública" 

O racismo se apresenta, de forma velada ou não, contra judeus, árabes, mas sobretudo negros. No Brasil, onde os negros representam quase a metade da população, chegando a 80 milhões de pessoas, o racismo ainda é um tema delicado. 

Para Paulo Romeu Ramos, do Grupo Afro-Sul, as novas gerações já têm uma visão mais aberta em relação ao tema. “As pessoas mudaram, o que falta mudar são as tradições e as ações governamentais”, afirma Paulo. O Grupo Afro-Sul é uma ONG de Porto Alegre, que promove a cultura negra em todos os seus aspectos.

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD – em seu relatório anual, "para conseguir romper o preconceito racial, o movimento negro brasileiro precisa criar alianças e falar para todo o país, inclusive para os brancos. Essa é a única maneira de mudar uma mentalidade forjada durante quase cinco séculos de discriminação”

DIA INTERNACIONAL DA SINDROME DE DOWN "#CapoeiraRaízes"



Decretado em 2006 pela Down Syndrome Internacional (DSI), ONG que reúne entidades ligadas à Síndrome de Down em todo o mundo, o Dia Internacional da Síndrome de Down tem como principal objetivo conscientizar a população sobre a questão da inclusão, propondo uma sociedade melhor. A data (21/3), ou 3/21 na grafia americana, faz referência aos 3 cromossomos número 21 que caracterizam a Síndrome de Down e foi ideia do geneticista Stylianos E. Antonarakis, da Universidade de Genebra.





Por ser um dos países mais empenhados para promover a data, em 2010 a Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down (FBASD) solicitou o apoio do Governo brasileiro para que 21 de março entrasse no calendário oficial da ONU, o que aconteceu no ano seguinte. Uma das responsáveis para que isso acontecesse foi a jornalista Patrícia Almeida, única latino-americana membro da DSI: “Cada país tem suas características na hora de promover a data. A Rússia, por exemplo, é famosa por realizar diversos eventos com médicos. Já no Brasil o foco é a pessoa com Síndrome de Down. A data é importante para reforçar que eles são cidadãos como quaisquer outros e merecem condições adequadas de vida”, explica.


Patrícia com a filha Amanda, que estuda em uma escola regular (Foto: Acervo pessoal)



Além de exercer as funções de jornalista e de ativista, Patrícia realiza uma ainda mais sublime: é mãe e tem uma filha com Síndrome de Down: “Quando Amanda nasceu, tomei um susto. Você é pego de surpresa, é inegável e pensei ‘por que eu?’. Mas logo passou e fiz outro questionamento: ‘por que não eu?’. Ela é uma dádiva, mudou minha vida e o jeito de olhar para ela”.



Hoje, com oito anos, Amanda está terminando a alfabetização em uma escola regular e fala algumas palavras em inglês e espanhol por já ter vivido com a família nos Estados Unidos e na Venezula.



Quem tem a mesma opinião da jornalista é a dona de casa Maria do Carmo, que tem uma filha com trissomia 21: “O dia 21 de março é muito importante porque dá mais visibilidade já que, na maioria das vezes, as deficiências intelectuais são esquecidas. É o momento de propor a autonomia no campo do trabalho, da educação inclusiva. O país precisa se mobilizar e voltar seus olhos com mais carinho para pessoas como a minha filha. Ainda temos que melhorar muito em diversos aspectos”, alerta.

Mesmo com casos de preconceito e exclusão, para Patrícia o saldo é bastante positivo e há muitos motivos para comemorar na próxima quinta-feira: “Nesses últimos dez anos, a mídia ajudou a massificar a informação e o assunto começou a fazer parte do cotidiano de muita gente. A novela Páginas da Vida (a trama principal incluía uma criança com Síndrome de Down renegada pela avó) foi um verdadeiro divisor de águas, por exemplo. Se olharmos para trás, não tínhamos tantas crianças com síndrome matriculadas em escolas regulares. É uma conquista”, destaca.



O Dia Internacional da Síndrome de Down tem como principal objetivo conscientizar a população para propor uma sociedade mais inclusiva (Foto: Ana Paula Abreu / Movimento Down)

Março consciente em todo o Brasil
Ainda tímido em algumas partes do país, o mês de março vem se tornando a época para refletir e lutar por um mundo mais inclusivo. Confira os eventos programados para celebrar o Dia Internacional da Síndrome de Down:

Manaus (AM)
22/3
Audiência Pública realizada pela Associação de Pais e Amigos do Down no Amazonas (APADAM)
Local: Assembléia Legislativa do Estado do Amazonas

Itabuna (BA)
21/3
Mostra do trabalho da ONG Aprendendo Down
Local: Praça Olinto Leone
22/3
Seminário “Psicomotricidade: Conhecendo e Vivenciando”
Local: Auditório da Santa Casa da Misericórdia

Brasilia (DF)
16/3
Espetáculo de dança
Local: Teatro Nacional
Informações: DF Down
19/3
Blitz Down
Local: BR-040
Informações: DF Down
24/3
Caminhada com o Grupo Batalá
Local: Parque da Cidade
Informações: DF Down

Rio de Janeiro (RJ)
17/3
Espetáculo Don’t Let me Down
Local: SESC Tijuca
Informações: Sesc Rio
24/3
CaminhaDown
Local: Praia de Ipanema (concentração a partir das 9h no Arpoador)
Informações: Portal Inclusive

São Paulo (SP)
21 a 23/3
3º Simpósio Internacional da Síndrome de Down
Informações: Meeting Eventos

Curitiba (PR)
21/3
Jogo do Atlético Paranaense – Faixa do “Dia Internacional da Síndrome de Down”
Local: Eco Estádio – BR376 (Rodovia do Café)
23/3
Apresentação de dança de jovens com Síndrome de Down
Local: Parque do Bacacheri


- See more at: http://www.movimentodown.org.br/2013/03/dia-internacional-da-sindrome-de-down-tera-eventos-em-todo-brasil/#sthash.Vfq2VzgT.dpuf


EXEMPLO A SER SEGUIDO

Profª Rosangela Ruffato
Rosangela Ruffato Pereira é formada em Educação Física e mestre em Ciências da Motricidade Humana. Professora de capoeira há mais de 35 anos, trabalha com crianças, jovens e adultos portadores de necessidades especiais há mais de 20. Procurou adaptar os movimentos da capoeira convencional, dentro de cada necessidade ou limitação.
O trabalho

Os alunos da professora Ruffato são portadores de deficiências das mais variadas como, deficiência intelectual, síndromes (principalmente a síndrome de down), deficiêntes físicos, autistas e portadores de paralisia cerebral.

São inúmeros os benefícios conseguidos através da capoeira adaptada, inclusive os de fundo intelectual, dentre eles a evolução nos estudos, por aumentar a capacidade e velocidade de aprendizado. Além disso, a capoeira desenvolve a coordenação motora, a capacidade de raciocínio, desenvolve o tônus muscular e quantidade de movimentos, aumenta a flexibilidade e a capacidade cardio-vascular.



Acompanhamento

Reuniões com os pais dos alunos são feitas periódicamente, onde se percebe grande evolução em todos os sentidos da vida, principalmente no que diz respeito à vida social, por aumentar a auto-estima e fazer com que se sintam realmente incluídos na sociedade.


"Não coloquem seus filhos no armário"

Um alerta que a professora Ruffato faz é para que os pais não tenham vergonha dos seus filhos, que “não coloquem eles no armário”, por serem deficientes, mas incentivem os filhos a acreditar que são capazes de superar os seus próprios limites

Aulas e cursos

As aulas da Professora Ruffato são divididas em duas turmas: infantil e adulto. Também são ministrados cursos para professores que se interessem em aprender a capoeira adaptada e trabalhar com pessoas portadoras de necessidades especiais. Os cursos e as aulas são gratuitos.

E-mail para contato: ruffatocapoeira@terra.com.br


Resumindo

A capoeira em si que já é sinônimo de vitória. Venceu os grilhões das senzalas, o preconceito, a marginalidade e a perseguição. E agora está ajudando jovens e adultos a vencerem seus obstáculos, a se sentirem incluídos na sociedade e a serem vencedores. Pratique capoeira, supere seus limites e viva melhor.

quarta-feira, 19 de março de 2014

12 ANOS DE ESCRAVIDÃO. Quem ainda não teve a oportunidade de ver o filme ou ler o livro, faça os dois! "#CapoeiraRaízes"


Livro e filme contam a história real de Solomon Northup, nascido livre em Nova York e que, em 1841 foi atraído para Washington com uma promessa de emprego. Lá foi drogado, espancado e vendido como escravo, passando os doze anos seguintes em cativeiro, trabalhando em uma plantação de algodão em Louisiana. Após o resgate dedicou-se a escrever suas memórias, que obteve sucesso quase imediato com o registro detalhado de seu período como cativo.









Possivelmente a única fotografia de um navio negreiro, esta foi feita por Marc Ferrez, em 1882. O navio que transportava as vítimas da escravidão era francês e a foto foi produzida de forma clandestina.

                        Fonte: Jornal Correio do Brasil

sábado, 8 de março de 2014

Quero ver todo mundo lá! Tá chegando a hora! "#CapoeiraRaízes"


Dia Internacional da Mulhere! Um salve à todas elas! "#CapoeiraRaízes"





A verdadeira guerreira do mundo. A pessoa que mais luta pelos seus ideais. Aquela que move montanhas, e tudo mais que vier pela frente. Ela não tem medo. Enfrenta. Encara. Fortalece. Cada dia mais forte, cada dia mais segura de si. As mulheres mudam o mundo. Fazem o planeta girar. Fazem o sol se aquecer. Pois elas tem o poder. Tem a mão de Deus em sua criação. E nada mais justo, que um dia especial para elas!

Feliz Dia Internacional das Mulheres!

E não esqueçam! É hoje, galera. Vamos comparecer!



sexta-feira, 7 de março de 2014

É amanhã, galera. Vamos comparecer! "#CapoeiraRaízes"


QUILOMBO DOS PALMARES "#CapoeiraRaízes"

  



A maior resistência socioeconômica e política da história do Brasil, quase cem anos lutando pelo direito á vida e á liberdade, na Serra da Barriga, em Pernambuco hoje Estado da Alagoas. Em 1650, um grupo de escravos se rebelou no engenho de Pianco, Capitania de Pernambuco, liderada pelo Príncipe Negro Angolano "Zumba" que os conduziu para o Alto da Serra da Barriga, onde ficava a aldeia de nação Potiguar "Palmares", liderada pelo cacique Canindé e a Xamã Akutirene. A velha feiticeira previu que o certo dia surgiria de grande rio um grande Rei que imortalizaria Palmares. Com sua grande liderança foi eleito Rei "Ganga" de Palmares. Dentro de poucos anos a população negra passou 70%, a dos principais quilombos, que ao todo foram oito (Amaro, Akutirene, Macaco, Aqualtene, Danbraga, Subupira, Adalaquituxe), 25% de Índios e 5% de Portugueses Brancos foragidos (Mestiços, portugueses, Franceses e Espanhóis).




Toda essa miscigenação racial criou uma nova cultura étnica, religiosa, dialeto, capoeira, culinária, relações, culturais onde a terra era patrimônio de todos e as decisões de ganga eram decididas pelo concílio dos anciões Zama, que representava os patriarcas de cada família. Palmares foi a maior republica socialista de América, formava um arco-íres racial do povo Brasileiro (Negros, Mamelucos, Índios, Cafuzos, Sararás, Mulatos e Brancos e etc.) nessa sociedade surgiu à capoeira com a fusão das culturas negras, indígenas e brancas. O negro contribuiu com o N'Golo, a ginga, mandinga, com seus instrumentais, pandeiro quadrado, atabaque Islâmico, agogô e mais tarde o berimbau (urocongo). Os Índios com as marimbas, xererê, atabaque de tronco oco e pele de anta, com movimentos que imitavam os animais. 




Ouviu-se falar de capoeira pela primeira vez durante as invasões holandesas, em 1624, quando os índios, e Negros escravos, (as duas primeiras vitimas da colonização). Aproveitando-se da confusão gerada, fugiram para as matas, aumentando o contingente dos Quilombos dos palmares onde o primeiro rei "ganga" Chamava-se Zumba; Salientamos que o primeiro Quilombo registrado foi em Pernambuco(Cumbi) no ano de 1558. 




Em 1678 foi Regis trado a chegada de Ganga Zumba, Rei dos Palmares, ao recife. Onde foi recebido pelo então Governador Souza de Castro; Por várias vazes Ganga-Zumba com seus Guerreiros Maus vestidos chegaram a Recife, convidado pelo Governo de Pernambuco a respeito de muitos Escravos fugirem para Os Quilombos, deixando grandes prejuízos para os Fazendeiros, que precisavam da monocultura Escrava; do acordo firmado entre Zumba e o Governo Constituinte, nada foi cumprido por parte do poder Constituído. Também durante uma dessas visitas Ganga-Zumba foi envenenado Pelos seus Próprios Colaboradores manipulados pelo Governo Pernambucano. Zumbi: Assumindo o comando o Guerreiro Zumbi que quando criança havia sido raptado por Bandeirantes ou Caçadores de Escravos e criado por um Padre em Recife, que aos 15 anos já era coroinha, e aos 25 anos fugiu para os Quilombos dos Palmares ficando no lugar de Ganga-Zumba mais foi morto no dia 20 de Novembro de 1695 pelo perverso Domingos Jorge Velho, a sua cabeça foi colocada em sal e enfiada em um poste na frente da Igreja do Carmo para mostrar a seus seguidores que seu defensor havia sido vencido, hoje existe o monumento do mesmo, e a data de sua morte é comemorada o dia da Consciência Negra, Segundo a Lenda Zumbi era um nato lutador de capoeira. O Reinado de Zumbi Durou 14 anos.




A Capoeira é Considerada a Arte Marcial Brasileira pelo motivo de ser utilizada de muita forma como as Maltas, Guerra do Paraguai, Revoltas dos Mercenários, nas caramussas entre monarquia e republicanos, Guerra das Tabocas, Mascates, Guardas costas de José do Patrocínio e Dom Pedro 1, Canudos, Farrapos, Primeira e segunda Guerra Mundial, ETC...



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segunda-feira, 3 de março de 2014

GRANDES MESTRES DA CAPOEIRA. Manoel dos Reis Machado. O grande Mestre Bimba. "#CapoeiraRaízes"



Nasceu em 23 de Novembro de 1900
Faleceu em 05 de Fevereiro de 1974

Residência: Sítio Coroano nº 57 - Nordeste de Amaralina
Comercial: Rua Francisco Muniz Barreto nº 01 - Pelourinho
Profissão: Professor de Capoeira
Local de Trabalho: Residência
Nº Carteira de Identidade 318.72 - Instituto Pedro Mello
Altura:1,93
Peso: 89 quilos
Filiação: Luiz Cândido Machado/Maria Martinha do Bomfim

Manoel dos Reis Machado, nasceu na Periferia do bairro de Brotas, recebeu de “batismo” o nome BIMBA, em decorrência de uma aposta feita entre a sua mãe e a parteira que dizia ser um menino.

Surge aí o apelido BIMBA!O primeiro local onde Mestre Bimba treinou capoeira era conhecido como Estrada dos Boiadeiros no bairro da Liberdade, seu primeiro mestre foi o Africano Bentinho capitão da Companhia de Navegação Baiana.Mestre Bimba, iniciou a capoeira aos 12 anos de idade. Seu curso teve a duração de 04 anos e o método era a capoeira antiga, esta mesma capoeira ele conseguiu ensinar por 10 anos, o local das aulas era conhecido como “Clube União em apuros”, no bairro da Liberdade (bairro este habitado por pessoas na sua maioria de pele negra
Desta forma a capoeira foi reconhecida como “Esporte nacional” e o mestre Bimba reconhecido pela Secretaria de Educação e Assistência Pública do Estado da Bahia com Professor de Educação Física e sua academia foi a pioneira no Brasil á ser reconhecida por Lei.
Uma personalidade da vida política e social, que desfrutava sempre se sua companhia, era o governador da Bahia Dr. Joaquim de Araújo Lima.
No ano de 1929, Manuel dos Reis Machado com sabedoria exemplar resolveu desenvolver um estilo diferente da capoeira Angola, fazendo a junção do Batuque com a capoeira de Angola, surge aí a Capoeira Regional que ano á ano vem sempre desenvolvendo mudanças mais eficientes, como forma de luta.
A graduação, aquela época era caracterizada por lenços.
Em 1932 fundou sua primeira academia no bairro do Engenho Velho de Brotas. Oficialmente a primeira academia de capoeira a ter seu alvará de funcionamento datado de 23 de Junho de 1937.
No mesmo ano, fez á primeira apresentação do seu trabalho para o interventor general Juraci Magalhães, onde havia presentes autoridades civis, militares entre outros convidados ilustres. 
Em 1939, Mestre Bimba ensinou capoeira no Quartel do CPOR.
Em 1942 instalou sua segunda academia.




Em 1953, Mestre Bimba se apresentou para o presidente Getúlio Vargas, este declarou ser a Capoeira o único esporte verdadeiramente nacional.


Mestre Bimba e alguns alunos de Capoeira, estudantes de Medicina, nos anos 20

Como a capoeira não era bem vista aos olhos da sociedade, Mestre Bimba resolveu registrá-la como Centro de Cultura Física Regional, localizada na Rua Francisco Muniz Barreto. 01 – Pelourinho.

Em 1972, realizou a última formatura do centro de cultura física regional, nesta formatura o (Mestre Vermelho*) foi o orador.

Manoel dos Reis Machado, o mestríssimo Mestre Bimba, é o pai da capoeira regional. Aprendeu capoeira aos 12 anos de idade, com o mestre africano Bentinho. Já adulto, exerceu funções de destaque para a cultura baiana. Foi alabê no candomblé, função de zelador do terreiro. Pelo porte grande e respeito que imprimia, ganhou o apelido de Rei Negro e era saudado pelo grito de guerra "Bimba é bamba!". Em 1949, o escritor Monteiro Lobato o conheceu e lhe dedicou o conto Vinte e dois de Marajó, que conta a história de um marinheiro capoeirista.

a.B e d.B (antes de Bimba e depois de Bimba). Assim podem ser entendidas as mudanças sofridas pela capoeira no início de século. Antes de Bimba, a luta era ilegal, passível de punição pelo Código Penal, discriminada pela burguesia como coisa de malandro, de escravo fujão. Os capoeiristas sequer sonhavam em sobreviver dessa manifestação popular.

Bimba rompeu com este ranço. Deixou as funções de carroçeiro, trapicheiro, carpinteiro, doqueiro, carvoeiro para abraçar a capoeira e o seu instrumento mais ilustre, o berimbau, hoje identificado como símbolo da Bahia nos 5 continentes. Porém, no Brasil, só em 1999 a capoeira e o berimbau tiveram seus termos, como abadá e aú, incluídos na edição do Dicionário Aurélio, livro referência da língua portuguesa.


Se estivesse vivo, Mestre Bimba completaria 107 anos em novembro último. Morreu aos 74 anos, em Goiânia, sem presenciar a profissionalização da capoeira que ajudou a criar. "Meu pai morreu de banzo (tristeza), por não ver a capoeira respeitada", revela o filho Demerval machado, o Mestre Formiga.

Mestre Bimba acreditava que a capoeira tinha que se renovar para não ser engolida pelas lutas gringas. A preocupação, apesar de à primeira vista soar bairrista, tinha razão de ser. Até hoje, são lutas como o boxe americano e o judô japonês que circulam na mídia, nas Olimpíadas, lotando estádios e enriquecendo seus atletas, empresários e patrocinadores.

Lutando incessantemente para que a capoeira fosse reconhecida como a legítima arte marcial brasileira, Mestre Bimba criou a Capoeira Regional, jogo que ganhou este batismo pela aversão do mestre a estrangeirismos, fazendo questão de chamá-la de "Luta Regional Baiana". A Capoeira Regional é um estilo menos ritualístico do que a capoeira tradicional, conhecida como angola.

Os golpes introduzidos por Mestre Bimba facilitavam a defesa pessoal quando do embate com praticantes de outras lutas, como as artes marciais importadas muito populares no Brasil nas décadas de 30 e 40. Nessa época, desafiou todas as lutas e consagrou-se como primeiro capoeirista a vencer uma competição no ringue, quando o público incentivava com o grito de guerra "Bimba é bamba!".

Centenário - O centenário de Mestre Bimba coincide em mês com o aniversário de Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares, que deu origem ao Dia Nacional da Consciência Negra.Essa dupla de negros valentes batizou o evento Zumbimba, que marcou a inauguração do Centro Educacional Mestre Bimba (CEMB), dedicado aos estudos da capoeira, com sede em Itaboraí, interior do Rio de Janeiro.

"Escolhemos um lugar onde há mato, porque Mestre Bimba gostava de treinar a capoeira de emboscada, técnica na qual o capoeirista se esconde no mato fechado, e quando Mestre Bimba tocava seu apito, todos apareciam de seus esconderijos para surpreender o capoeirista com ponteiras de metal, e este tinha que se desviar dos ataques. Era praticada pelos escravos para facilitar a fuga", explica Mestre Camisa, coordenador da Associação Abadá-Capoeira.

CAPOEIRA, A FILOSOFIA DO CORPO

Manoel dos Reis Machado, Mestre Bimba, como ficou conhecido, foi a liderança mais importante do secular mundo da capoeira no século 20. Podemos dizer, sem sombra de dúvida, que o Mestre Bimba foi o criador da moderna capoeira, hoje marca registrada do Brasil que percorre o mundo todo.

Apesar de tudo, pouco se escreveu de consistente sobre o Mestre Bimba. Esquecido por uns, denegrido por outros, seu legado foi fragmentado entre seus diversos alunos, e sua obra parecia sepultada no silêncio, mesmo dentro do mundo da capoeira.

Por tudo isso, o livro do renomado professor Muniz Sodré guarda o sabor de resgate que há muito se esperava para a obra de alguém que dedicou a vida inteira pela "arte brasileira".

Muniz não fala como um antropólogo ou sociólogo distante. Ele foi aluno em terna idade do Mestre Bimba e pôde comprovar o carisma e a liderança que Bimba tinha sobre seus alunos. Esta presença em corpo e alma na história da Capoeira Regional (a grande criação do Mestre Bimba), faz do depoimento de Muniz um testemunho emocionado e cativante.

O livro começa com o tardio reconhecimento do mundo universitário da Bahia, com o título de Doutor Honoris Causa concedido post mortem ao Mestre Bimba em 1996, apesar de no restante da universidade brasileira a capoeira continuar sendo considerada como "coisa de vagabundo". A partir daí, Muniz navega na grandiosa trajetória do Mestre Bimba, encimando os capítulos com os versos das cantigas de capoeira.

No primeiro capítulo, Muniz tenta identificar a "filosofia do corpo" que se esconde por trás do jogo da capoeira, traduzindo da forma mais direta possível a complexa rede que se oculta na arte da mandiga. Na segunda parte, Muniz se volta para a biografia do Mestre Bimba, mostrando como se confunde com a própria história de Salvador, e mesmo do negro nas primeiras décadas do pós-Abolição. Muniz afirma que Bimba e sua Capoeira Regional representaram um dos grandes momentos de afirmação da nova identidade negra em construção no século 20, conjuntamente com as Escolas de Samba no Rio de Janeiro e a Frente Negra em São Paulo. Nada mais justo.

O terceiro capítulo é um recuo no tempo, uma viagem pela conturbada história da capoeira antiga, com suas tradições regionalizadas - Rio, Bahia, Recife, São Luís, etc.. - e que converge para o aparente beco sem saída onde se encontrou no limiar da virada do século. E é a partir daí que surge a estrela de Mestre Bimba. Muniz é preciso quando define as variedades de estilos dentro da Capoeira Angola: um mais remoto, do princípio do século, que foi acusado de "lento e ineficiente" por Mestre Bimba, e uma outra Angola, esta criada por Mestre Pastinha a partir dos anos 40, de muitas formas paralela e simétrica a Regional de Mestre Bimba.

Novamente Muniz tem a coragem de afirmar o que muitos sabem, mas poucos falam: Mestre Bimba não estava sozinho, ele respirava o debate intelectual sobre a capoeira que emanava do Rio de Janeiro, e estava profundamente integrado ao seu tempo. Importante citar a afirmativa de Muniz de que Mestre Bimba jamais teve um intelectual de porte capaz de dar crédito no mundo dos letrados, e este teria sido um dos fatores explicativos do preconceito que se formou contra o Mestre. Em compensação Bimba foi hábil em conseguir respaldo político, do governador da Bahia Juraci Magalhães ao presidente Getúlio Vargas, o que colaborou fortemente para a descriminalização da capoeira em 1934, tributo que em geral é negado ao Mestre Bimba.

Mestre Bimba foi ainda um dos responsáveis pela consolidação do berimbau como uma das marcas indeléveis da arte da mandiga, na atualidade, já que nos idos da capoeiragem velha do Recôncavo faziam o papel do mestre musical a viola e o pandeiro.

Muniz também toca na face oculta da personalidade de Mestre Bimba: seu lugar nos mistérios do candomblé. Mestre Bimba era ogã (encarregado do atabaque) de uma das vertentes da religião dos orixás mais nebulosas e desconhecidas: o candomblé do caboclo.

O último capítulo é o mais triste, pois narra a lenta agonia do Mestre Bimba, vítima do descaso e do preconceito. Mestre Bimba começou a ser esquecido no exato momento em que os valores da democracia, da liberdade, da cultura e da vontade popular foram varridos pelo regime dos generais instalado em 1964.

Ele ainda viveu uma década, mas o desencanto com a Bahia - fruto deste tempo difícil - foi demais para ele. A ida para Goiânia parecia uma fuga, que afinal terminou com a morte.

Mesmo depois de sua morte, o berimbau é hoje o símbolo maior da Bahia, graças às conquistas de Bimba. Ainda no início do século, uma época em que a capoeira era proibida por lei, ele criou a primeira escola de capoeira do Brasil e foi recebido por chefes de Estado, presidentes e governadores. No final da vida, exilado em Goiânia e esquecido por todos, caiu em depressão e morreu na miséria, enfartando depois de comandar sua última roda de capoeira. Desde 1978, seus restos mortais estão em Salvador, sua terra natal, depois de ter sido enterrado como indigente no estado de Goiás. Deixou 13 filhos, centenas de alunos, milhares de discípulos e um lema: "Capoeira é a arte do bem-viver!".

Descrente com a falta de apoio e reconhecimento á sua arte, Mestre Bimba e família aceita o convite do seu aluno Oswaldo Souza e muda-se definitivamente para Goiás, em busca de uma sociedade que aceitasse e valorizasse sua arte. Porém suas expectativas foram nulas e o Mestre Bimba veio a falecer no dia 05 de Fevereiro de 1974. 

Em 12 de Junho de 1996, a Universidade Federal da Bahia, concedeu, por unanimidade o título de Doutor Honoris Causa a Manoel dos Reis Machado (Mestre Bimba). 

Manchete do jornal TRIBUNA DA BAHIA em 06/02/1974, um dia após a morte de Mestre Bimba.

BAIANO, VOCÊ SABE QUEM É O HOMEM DESTA FOTO?




Quem passar pelo Pelourinho ou pela Praça Cayru hoje, vai ouvir o som de um berimbau, certamente. Se prestar atenção, vai notar que o som nunca foi tão triste: Um lamento que se espalha pelo ar e toma conta da cidade. Umas poucas pessoas trarão dentro de si, também, um lamento. Muitas, porém, não vão entender o porque da tristeza do berimbau. É que a grande maioria não sabe quem é e nem o que representou para a Bahia o homem da foto acima. Outros sabiam, se omitiram durante muito tempo e a partir de hoje estarão dizendo que ele é uma das glórias eternas da Bahia.

Baiano, você sabe quem é o homem da foto acima? Ele morreu ontem em Goiânia e sua mulher não quer que o corpo seja sepultado na Bahia.

A VERDADEIRA CAPOEIRA

Mestre Pastinha e Mestre Bimba são considerados hoje os maiores nomes da história da capoeira em todo mundo.

Vale ressaltar que a capoeira regional gerou uma polemica muito grande no mundo da capoeira, vez que muitas pessoas entenderam que o Mestre Bimba havia criado, descaracterizava as tradições da luta.

Nos anos 30 iniciou-se um debate que temos certeza vai durar por muitos anos sobre o que é a verdadeira capoeira e que modificações podem ser introduzidas sem desrespeitar os princípios e tradições da luta.

Através do Mestre Bimba a capoeira começa a ganhar espaço na sociedade.

Mestre Bimba ganhou apoio de muita gente inclusive de estudantes universitários que em muito contribuíram para sistematização de suas idéias e para a formação de seu método de ensino.

Em 1932, Mestre Bimba criou a primeira academia de capoeira. 

(Centro de Cultura Física e Luta Regional da Bahia) ensinou capoeira em quartéis e chegou á apresentar uma roda de capoeira, para o então Presidente da República Getulio Vargas , em 1953.

Obs.: sem dúvida que o governo de Getulio Vargas tinha vários planos para neutralizar as centrais e sindicatos como forma de controlar os trabalhadores e descentralizar as centrais sindicais, é neste momento que a capoeira entra em cena e se firma para toda uma eternidade.